José Paulo Paes – Vol. I
R$90,00
Crítica Reunida sobre Literatura Brasileira & Inéditos em Livros
Foram visitas de amizade, que começaram nos meados da década de 1960. Pouco a pouco, José Paulo me foi revelando, em meio a uma conversa despretensiosa, mas generosa, o tesouro de suas leituras e de suas observações de crítico consumado. Nesses encontros ocorria uma perfeita inversão de papéis. Era o autodidata José Paulo que ensinava o professor universitário. […] E aqui cabe uma reflexão sobre a diferença entre o horizonte de leitura do autodidata e o horizonte do especialista. O primeiro lê por prazer, sem a viseira do profissional, que precisou definir, às vezes precocemente, o seu repertório, ao qual ficará preso anos a fio como a uma obrigação. José Paulo Paes, ao contrário, era um leitor livre e sem fronteiras. “Ler o crítico José Paulo Paes é um contínuo desafio para enfrentar o percurso que vai das partes ao todo e vem do todo ao particular. E é um convite para reconhecer no detalhe o sentido que ilumina a obra inteira”. [Alfredo Bosi]
Organização: Fernando Paixão e Ieda Lebensztayn
Projeto Gráfico e Capa: Assis Negrito Comunicação Visual Ltda.
Sumário
Volume I
Apresentação – Fernando Paixão e Ieda Lebensztayn
José Paulo Paes: Leitor Sem Fronteiras – Alfredo Bosi
Um Crítico Múltiplo – Fernando Paixão
José Paulo Paes: Ensaios Novos na Província. A Língua como Universo de Possibilidades – Ieda Lebensztayn
PARTE I. As Quatro Vidas de Augusto dos Anjos.
PARTE II. Mistério em Casa.
Advertência
O Sapateiro e o Canário [José de Anchieta: o Catequista, o “Intelectual Puro”]
Um Bacharel no Purgatório [Gregório de Matos, Boca do Inferno: Sátira a Brasileiros e a Portugueses]
A Alma do Negócio [André João Antonil, Cultura e Opulência do Brasil por suas Drogas e Minas, a Restauração da Indústria Açucareira]
O Remorso de Bernardo Guimarães [Romances Sertanejos e Regionais, A Ilha Maldita, Agudo Senso de Humor]
Luís Gama, Poeta Menor [Primeiras Trovas Burlescas, Luta Abolicionista]
Ainda o Bom Criminoso [“Rouba aos Ricos para Favorecer os Pobres”: “Bandido Negro” e Outros Poemas de Castro Alves]
O Verso da Medalha [Antônio Félix Martins, Decorofobia ou As Eleições: a Lição Neoclássica de Filinto Elísio e a Defesa da Ordem Constituída]
O Régio Saltimbanco [Ridicularização de D. Pedro II por Republicanos]
Cancioneiro de Floriano [Floriano Peixoto como Esfinge]
Ainda Machado de Assis [Críticos que Refutaram a Imagem de Machado Absenteísta: Astrojildo Pereira, Brito Broca, Magalhães Júnior e Galante de Sousa; Poemas Sociais Machadianos da Mocidade]
Exilados e Nativistas [A Geração Perdida dos Estados Unidos e a Geração Modernista do Brasil no Pós-Primeira Guerra; Ernest Hemingway e Mário de Andrade]
Mistério em Casa [O Olhar da Antropofagia Modernista para um Brasil Mítico: Cobra Norato, de Raul Bopp, Poema do Tenentismo, de Renovação Saudosista]
O Juiz de Si Mesmo [Meditação sobre o Tietê, de Mário de Andrade, e o Ajuste de Contas entre o Homem Solitário e o Solidário]
Adeus ao Pânico [Contemplação de Ouro Preto, de Murilo Mendes; Poemas Descrevem Realidades; a Reconciliação entre o Místico e o Cético]
PARTE III. Pavão, Parlenda, Paraíso: uma Tentativa de Descrição Crítica da Poesia
de Sosígenes Costa.
PARTE IV. Gregos & Baianos: Ensaios.
Da Nota Liminar
Um Aprendiz de Morto [Memorial de Aires, de Machado de Assis]
A Armadilha de Narciso [Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis]
Sobre as Ilustrações d’O Ateneu
O Art Nouveau na Literatura Brasileira [Belle Époque, o Chamado “Pré-Modernismo” na Prosa e na Poesia Brasileiras]
Augusto dos Anjos e o Art Nouveau.
Do Particular ao Universal [“Último Credo”, de Eu e Outras Poesias, de Augusto dos Anjos]
O Surrealismo na Literatura Brasileira [Luís Aranha, Prudente de Morais Neto, Murilo Mendes, Jorge de Lima, Aníbal Machado, João Cabral de Melo Neto, Sosígenes Costa, Claudio Willer, Roberto Piva]
Soldados e Fanáticos [Canudos, a Tragédia Épica, de Francisco Mangabeira, e Os Sertões, de Euclides da Cunha]
Sobre um Pretenso Cástrida [A Presença de Castro Alves na Obra Poética de Sosígenes Costa]
Arcádia Revisitada [Música Sertaneja, Indústria Cultural, o Contraste entre Cidade e Campo, Nostalgia Pastoral]
A Perda no Caminho [Do Rádio para a Televisão]
Samba, Estereótipos, Desforra [Adoniran Barbosa]
A Poesia no Purgatório [Antologias Didáticas de Literatura; a Crise da Poesia; Poesia e Canção]
Da Arte de Ler Anúncios [Metalinguagem nos Comerciais de Televisão]
PARTE V. A Aventura Literária: Ensaios sobre Ficção e Ficções
Do Prefácio
Por uma Literatura Brasileira de Entretenimento (ou: O Mordomo Não é o Único Culpado) [Literatura de Problematização × Literatura de Massa; Folhetim; José de Alencar; José Mauro de Vasconcelos; a Ficção Infantojuvenil de Monteiro Lobato; o Analfabetismo; a Telenovela; a Leitura Obrigatória, Não Prazerosa, pelos Alunos]
O Pobre-Diabo no Romance Brasileiro [O Coruja de Aluísio Azevedo; Recordações do Escrivão Isaías Caminha, de Lima Barreto; Angústia, de Graciliano Ramos; Os Ratos, de Dyonélio Machado]
Cinco Livros do Modernismo Brasileiro [Pauliceia Desvairada, de Mário de Andrade; Pau-Brasil e Memórias Sentimentais de João Miramar, de Oswald de Andrade; Macunaíma, de Mário de Andrade; Brás, Bexiga e Barra Funda, de Alcântara Machado]
Uma Voz da Babilônia (Sobre Meu Querido Assassino, de Dalton Trevisan)
A Guerra Sexual (Sobre A Polaquinha, de Dalton Trevisan)
Ilustração e Defesa do Rancor (Sobre Abraçado ao Meu Rancor, de João Antônio)
Um Sequestro do Divino (Sobre os Contos de Murilo Rubião)
Literatura Descalça (Sobre O Sobrevivente, de Ricardo Ramos)
Anacrônico-Paródico-Nostálgico (Sobre De Repente, às Três da Tarde, de Orlando Bastos)
Um Herói Enciclopédico (Sobre Memorial de Santa Cruz, de Sinval Medina)
PARTE VI. Tradução, a Ponte Necessária: Aspectos e Problemas da Arte de Traduzir.
A Tradução Literária no Brasil [José Bonifácio, Gonçalves Dias, Fagundes Varela, D. Pedro II, Machado de Assis, Monteiro Lobato e Erico Verissimo como Tradutores; Caetano Lopes de Moura (1780-1860), Primeiro Tradutor Profissional Brasileiro; Emílio Zaluar, Tradutor de Folhetins; Traduções de Ficção Europeia, de Peças Teatrais, de Best-Sellers, de Literatura Juvenil, de Poesia]
Bandeira Tradutor ou o Esquizofrênico Incompleto [Poemas Traduzidos: do Francês, Inglês, Alemão e Espanhol – Éluard, Maurois, Shakespeare, Goethe, Heine, Hölderlin, Schiller etc.; as “Traduções para o Moderno”; o Paradoxo da Intraduzibilidade da Poesia]
Sobre a Crítica de Tradução [Manuel Bandeira, Augusto Meyer, Mário de Andrade, Sérgio Milliet, João Cabral de Melo Neto; a Tradução Possível, Falsos Cognatos, a Transcriação]
PARTE VII. De Cacau a Gabriela: um Percurso Pastoral
Nota Liminar.
De Cacau a Gabriela: Um Percurso Pastoral.
Informação adicional
Peso | 1,300 kg |
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Dimensões | 16 × 23 × 3,1 cm |
Ano | 2023 |
Edição | 1a. edição |
Encadernação | brochura |
ISBN | 978-65-5580-101-9 |
Páginas | 552 |
Autor(es)
- Fernando Paixão
Fernando Paixão nasceu em Portugal e vive em São Paulo desde a infância. De início teve uma longa carreira como editor profissional. Em 2009, ingressou na docência acadêmica no Instituto de Estudos Brasileiros, da USP. Estreou na poesia em 1980 e lançou vários livros, com destaque para Poeira (2001, Prêmio APCA) e Porcelana Invisível (2015). Publicou pela Ateliê Editorial: Narciso em Sacrifício - A Poética de Mário de Sá-Carneiro (ensaio), Palavra e Rosto, A Parte da Tarde e Manual do Estilo Desconfiado. [Foto; acervo do Autor]
- Ieda Lebensztayn
Ieda Lebensztayn é crítica literária, pesquisadora e ensaísta. Doutora em Literatura Brasileira pela USP. Fez pós-doutorado no Instituto de Estudos Brasileiros e na Biblioteca Brasiliana Mindlin. Autora de Graciliano Ramos e a Novidade: o Astrônomo do Inferno e os Meninos Impossíveis (Hedra, 2010). Organizou, com Thiago Mio Salla, os livros Cangaços – Graciliano Ramos (Record, 2014), Conversas – Graciliano Ramos (Record, 2014) e O Antimodernista: Graciliano Ramos e 1922 (Record, 2022). Com Hélio de Seixas Guimarães, os dois volumes de Escritor por Escritor: Machado de Assis Segundo Seus Pares, 1908-1939; 1939-2008 (Imesp, 2019). Com Hélio e Luciana Schoeps, Primeiras Edições de Machado de Assis na Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin (Publicações BBM, 2022). E, com Fernando Paixão, os dois volumes de José Paulo Paes: Crítica Reunida sobre Literatura Brasileira & Inéditos em Livros (Ateliê/Cepe, 2023).
- José Paulo Paes
José Paulo Paes nasceu em Taquaritinga (SP), em 1926. Estudou química industrial em Curitiba, onde publicou seu primeiro livro de poemas, O Aluno, em 1947. Trabalhou num laboratório farmacêutico e na editora Cultrix, aposentando-se para poder dedicar-se inteiramente à literatura. Pesquisador, tradutor, ensaísta e poeta, também foi colaborador regular na imprensa literária. Escreveu livros de poemas voltados ao público infantojuvenil. Recebeu vários prêmios literários, como o Jabuti, o da APCA, o da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil. Poesia: O Aluno (1947); Cúmplices (1951); Novas Cartas Chilenas (1954); Epigramas (1958); Poemas Reunidos (1961); Anatomias (1967); Meia Palavra: Cívicas, Eróticas e Metafísicas (1973); Resíduo (1980); Calendário Perplexo (1983); É Isso Ali (1984); Um por Todos (1986); A Poesia Está Morta, mas Juro que Não Fui Eu (1988); Poemas para Brincar (1990); Olha o Bicho (1991); Uma Letra Puxa a Outra (1992); Prosas Seguidas de Ode Mínimas (1992); De Ontem para Hoje (1996); Um Passarinho me Contou (1996); Melhores Poemas (1998); Ri Melhor Quem Ri Primeiro (1999); Socráticas (2001). Crítica literária: Mistério em Casa (1961); Pavão, Parlenda, Paraíso: uma Tentativa de Descrição Crítica da Poesia de Sosígenes Costa (1977); Gregos & Baianos: Ensaios (1985); A Aventura Literária: Ensaios sobre Ficção e Ficções (1990); Tradução, a Ponte Necessária: Aspectos e Problemas da Arte de Traduzir (1990); De Cacau a Gabriela: um Percurso Pastoral (1991); Canaã e o Ideário Modernista (1992); Transleituras: Ensaios de Interpretação Literária (1995); Quem, Eu?: um Poeta como Outro Qualquer (1996); Os Perigos da Poesia e Outros Ensaios (1997); O Lugar do Outro: Ensaios (1999). Morreu em São Paulo, em 1998.
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