Por um Cinema Popular – Leon Hirszman, Política e Resistência
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Durante o regime militar brasileiro, Leon Hirszman foi um dos principais nomes para a consolidação da resistência cultural. Em busca de um cinema que dialogasse com amplo público, o realizador dirigiu filmes que desnudaram as contradições existentes na ditadura. Que País é Este?, ABC da Greve e Eles Não Usam Black-Tie, obras produzidas entre 1976 e 1981, evidenciam a força de um cineasta que, sem abrir mão do apuro estético, investiu na defesa de um frentismo político em prol da redemocratização do país. Nas páginas deste livro, Hirszman emerge como artista próximo às heranças do Teatro de Arena, como realizador filiado ao comunismo e que procurou a atualização constante de suas práticas de engajamento. Concentrando-se na década de 1970 e no início dos anos 1980, Reinaldo Cardenuto situa Hirszman em relação às questões do período, a exemplo do novo sindicalismo, apresentando o percurso de um artista que encontrou na classe popular a essência de sua criação. Entrar em contato com os filmes do cineasta é perceber que a resistência cultural, em sua pluralidade, possui uma história a ser conhecida no tempo presente.
Capa: Gustavo Piqueira/Casa Rex (Projeto Gráfico) – Francisco Magaldi (Foto)
Sumário
Agradecimentos
Da Resistência em Tempos Sombrios: Cinema e Política na Obra de Hirszman – Eduardo Morettin
Introdução
Capítulo 1. Uma Apresentação do Cinema de Leon Hirszman
Crises do Cinema Novo no Início dos Anos 1970: A Censura e a Condição Econômica
O Cinema Popular de Leon Hirszman
Capítulo 2. A Arte do Nacional-Popular: Crises, Perspectivas e Revisões
Representações do Popular em Colapso: O Pós-Golpe de 1964
Contra as Lamentações, um Retorno à Arte Política
O Cinema Novo nos Anos 1970: Reencontros com a Arte do Nacional-Popular
Dramaturgia de Avaliação I: O Retorno do Popular aos Palcos
Dramaturgia de Avaliação II: A Reposição da Militância Comunista e a Forma Dramática para Tempos de Ditadura
Capítulo 3. Que País é Este? (1976-1977): Resistências ao Regime Militar em um Filme Desaparecido
Afinidades entre Leon Hirszman e Zuenir Ventura
O Projeto e a Ausência de Que País é Este?
Contra Quem se Insurgia Leon Hirszman?
Uma História a Contrapelo: A Tragédia e a Resistência do Popular
O Frentismo, Esboço para uma Teoria de Ação Política
Capítulo 4. Aspectos da(s) Resistência(s) Política e Cultural ao Regime Militar
Representações Frentistas no Campo das Artes
Uma Introdução ao Novo Sindicalismo Brasileiro
Capítulo 5. O Cinema nas Greves: Práticas Documentais
Por um Novo Documentarismo Militante
Leon Hirszman Diante da Greve Metalúrgica
Capítulo 6. ABC da Greve (1979-1990): A Escrita da História em Confronto
O “Inferno dos Metalúrgicos” e o Registro da Greve Operária de 1979
Representações do Movimento Metalúrgico em abc da Greve: Lula, a Mise en Scène Afetiva e o Frentismo Democrático
O Distanciamento Crítico para o Desmanche do Discurso Autoritário
Tensões e Negociações Políticas em abc da Greve
ABC da Greve e o Processo de Montagem: Hipóteses Sobre o Abandono de um Filme Frentista
Capítulo 7. Eles não Usam Black-Tie (1981): as indecisões políticas/dramatúrgicas de um percurso criativo
Os Rascunhos Sonoros do Filme Black-Tie
Segunda-feira, Greve Geral, um Filme que Nunca Saiu do Gravador
Mudanças de Rota: Descompassos, Teatralidades e Ajustes Durante a Adaptação de Black-Tie
Caderno de fotografias: as filmagens de Eles Não Usam Black-Tie
Capítulo 8. Eles não Usam Black-tie (1981): impasses e negociações de Hirszman com o seu tempo
O Filme Black-Tie e as Afinidades com o Realismo Crítico do Teatro de Arena
A Adaptação Cinematográfica de Black-Tie: O Ajuste do Tempo
Fissuras da Esquerda
Negociações com o Projeto Estético e Político do Comunismo
Redenções Interrompidas: Black-Tie Diante da(s) Morte(s)
Um Posfácio sobre os Sentimentos
Anexos
Anexo I. Roteiro Literário de Que País é Este?
Anexo II. Fichas Técnicas dos Filmes de Hirszman em Análise
Anexo III. Fichas Técnicas dos Documentários Realizados em Torno do Movimento Operário e Comparados com ABC da Greve
Bibliografia e Fontes
Livros, Monografias e Teses
Artigos, Capítulos de Livros, Catálogos, Textos Publicados em Periódicos e Entrevistas
Peças Teatrais
Depoimentos Publicados e Inéditos de Hirszman e Guarnieri
Entrevistas Realizadas por Mim Durante as Pesquisas?
Bibliotecas e Acervos Consultados
Índice Remissivo
Informação adicional
Peso | 1 kg |
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Dimensões | 15,5 × 23 × 2,6 cm |
Edição | 1ª edição |
Encadernação | brochura |
ISBN | 978-65-5580-009-8 |
Páginas | 504 |
Autor(es)
- Gustavo Piqueira
Gustavo Piqueira é artista gráfico, designer, pesquisador e escritor, com mais de 40 livros publicados nos quais mistura livremente texto e imagem, ficção e não ficção, design, história e tudo mais que encontrar pelo caminho. À frente de sua Casa Rex, é um dos mais premiados designers gráficos do Brasil, com mais de 500 prêmios recebidos. Também já recebeu prêmios como escritor e como ilustrador. Pela Ateliê Editorial publicou Morte aos Papagaios, a tradução do irreverente A História Verdadeira, escrito no século II por Luciano de Samósata, Clichês Brasileiros, Toda a Cidade de São Francisco do Pará e William Morris - Sobre as Artes do Livro. Seus outros livros podem ser encontrados em www.gustavopiqueira.com.br [Foto: Casa Rex]
- Reinaldo Cardenuto
Reinaldo Cardenuto é professor de cinema da Universidade Federal Fluminense. Doutor pela Universidade de São Paulo, com pesquisas voltadas para as relações entre arte e história, publicou diversos artigos, coordenou dossiês e atuou no corpo editorial de importantes periódicos. Foi organizador do livro Antonio Benetazzo. Permanências do Sensível (2016) e dirigiu filmes como Entre Imagens (Intervalos) (2016).
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