O signo está no centro de procedimentos de invenção artística de mundos novos, mas reconhecíveis pela memória sensível. Esses procedimentos dependem da modulação do signo, que faz aumentar a dimensão do signo de comunicativo para estético, elevando, pela linguagem, a conotação da obra. Signos (em)Cena, de Aguinaldo Gonçalves, propõe uma reflexão sobre tais processos com dois enfoques, apresentados em volumes diferentes: o ensaio e a poesia. Representando duas formas de expressão, os dois volumes iluminam-se mutuamente ao trabalharem especialmente a questão da modulação
Sumário
Volume 1 – Poemas
No Palco
Deste palco espargem os poros do tempo…
e pelo som da consciência
Acordes musicais
Sucos e fibras sucos e fibras
Sentadas no canto do palco…
Sob o som do acordeon
Deste palco espargem os pós de resíduos
Quando se encerram os ecos
Como os abraços nervosos
Espessuras poéticas
Fora de toda hora
Embora com pouca trilha
Nestas horas, / a cera do tempo se desmancha
Ciscando no seco, pé ante pé, com cuidados delicados…
Algumas voavam em forma de parafuso ou de espiral…
Cenas congeladas: signos em moldura
Elisão do sujeito
Como gafanhotos em noite quente
Castiçais têm de sustentar velas
Existe uma força no remanso
Autorretrato
Self-portrait with points
Outro retrato
Registro neste documento antigo
Signos em cena
O retrato do fogo
Que comporta o compasso de espera
Eu te emolduro e te derreto
Dribles cromáticos
Quase visão
Negro sobre negro (o retrato da noite)
O desenho da dança
Os signos da tridimensão
Desconstruir o silêncio é demover os poros da palavra…
Instalam-se neste palco
A forma mais que lida
Mas é possível a travessia
Deglutir pelos olhos
Da matéria morta mais que viva
Desmanches poéticos
Esta tala a forma do silêncio
A alma de andré breton
Mais que prender: soltar. triturar.
Residuais artefactos da memória
Haikai
Na suspensão, / a unidade perdida
João Cabral, autor de franz weissmann
Constructo
No limite
Busco neste ato a pluma a palha a beleza
Da placenta à obscuridade deste corredor…
Os signos na cidade-ateliê
Fabrico nesta cena o palco urbano da memória e…
Mondrian / victory boogie-woogie
Neste jardim abro os janelões do casario…
Oh cidade, palco aberto da memória
Só aqui posso untar meus presságios
Os signos boiam em noite alta…
Igual ao ramo de feijão e ao brotinho de batata
O moinho é o moinho
Agônico é o gesto
Retrato de paul klee
O poema e seu contorno
A eterna tentativa de silêncio
(Tons de gralhas engasgadas)
Fome e silêncio dialogam
Fome e silêncio conformam
Les corps sont bleus
Respingam / neste momento
Tradition is died
Para não dizer
You are the tradition
A solidão agoniza ao sol levante
Neste hiato…
Vem, musa, vem ornada pelas heras
Os signos saem de cena e erram pelo branco da página
Espalham-se por esse espaço
Hieróglifos em acrílico
A vertigem desses traços, desses riscos que desenham
Não se trata de um poema de circunstâncias
Recolho nestes graxos / os filetes de prazos esquecidos
Volume 2 – Ensaios
A pulsação dos sentidos determina a esfera de busca
Num processo de autofagia intelectual
Modular para isolar
Um dos bons princípios para a busca da compreensão
- Pausa crítico-poética
A linguagem instaurando o movimento
Falamos aqui da dramática intensidade
Van Gogh e a harmonia modular na pintura
Na verdade
“Stéphane Mallarmé, Paul Valéry: une pensée abstraite”
Perseguir criticamente a questão da modulação
- Pausa crítico-poética
Passemos, agora, à linguagem da pintura
Pausa crítico-poética
Da “pintura acadêmica” e de suas implicações estéticas
Flashes críticos
A arte de Efigênia Helu
A concepção simbólica e conceitual na pintura de Geraldo Matos
Um passeio pela A2
- Pausa crítico-poética
As três instâncias de leitura do quadro A Negra
Marcel Proust: um pensamento intersistêmico
Memória e Memórias: a construção pelo imaginário
De Poe a Magritte: processo de conjunção retórica
Os procedimentos da arte pictórica
Marcas do Expressionismo na literatura brasileira
- Pausa crítico-poética
A literatura promove movimentos
Alguma reflexão sobre a poesia contemporânea
Antes de mais nada
- Pausa crítico-poética
Ao me propor a realizar a abertura desta Semana
- Bricolage-crítica
Informação adicional
Peso | 0,720 kg |
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Dimensões | 15,5 × 22,5 × 2,0 cm |
ISBN | 978-85-7480-515-3 |
Páginas | 360 |
Edição | 1ª |
Ano | 2010 |
Encardenação | Caixa com 2 volumes |
Autor(es)
- Aguinaldo GonçalvesLivre-docência pela UNESP (1997). Doutorado em Letras (Teoria Literária e Literatura Comparada), pela Universidade de São Paulo (1988). Graduação em Letras, pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras São José do Rio Preto/ SP (1972). É poeta, escritor crítico de arte, teórico na área da Literatura e outros sistemas. Publica em áreas diversas da Literatura, com ênfase na Intersemiótica, nas relações homológicas entre palavra e imagem. Professor titular da UNESP e da PUC Goiás, atuando nos cursos de Mestrado e Doutorado em ambas instituições. Palestrante e conferencista nacional e internacional de temas abrangentes: literaturas e artes, entre outros.
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