Ex-libris são marcas, geralmente coladas na contracapa ou nas primeiras folhas, que identificam o proprietário do livro. Esta obra apresenta um conjunto de ex-libris pertencentes a José Luis Garaldi, dono do Sebo Sereia, em São Paulo. Há os da época imperial, os que pertenceram a personalidades literárias ou políticas do século XX e os que se destacam por alguma curiosidade do texto ou do desenho. Em cada um deles, muita história para contar e o registro permanente do amor pelos livros.
Com texto introdutório de Robert Bringhurst, A Forma do Livro traz ensaios que o renomado tipógrafo e designer alemão Jan Tschichold escreveu entre 1937 e 1974. Aborda, de maneira didática, os vários aspectos da composição tipográfica: página e mancha, parágrafos, grifos, entrelinhamento, tipologias, formatos e papéis, entre outros. Aliando precisão técnica e reflexão estética, Tschichold aposta no respeito pelo texto e no cálculo das proporções para conquistar a harmonia do conjunto.
Ao terminar este livro longo e denso, não posso deixar de dizer: “Que súmula! A viagem valeu a pena”. Ele percorre, com efeito, os ecossistemas da comunicação gráfica desde as tabuletas de argila até os livros digitais, desdobrando um conhecimento espantoso, instruindo sem pedantismo o leitor. Como estrangeiro (americano, mas amigo da França), vejo aí a marca de um certo espírito francês: a clareza de exposição apoiada em um domínio profundo da pesquisa; uma bela arquitetura de conjunto aliada a uma erudição colhida na ciência mais recente.
“Este livro se lê de duas maneiras: de ponta a ponta, ao longo de uma narração que retraça a evolução do livro através de três milênios, e como manual em que o especialista ou o simples curioso pode se abeberar, informando-se sobre assuntos precisos a partir de um sumário bem detalhado ou do índice remissivo. [Robert Darnton – Posfácio]
Uma leitura reservada até então às crianças e fora de catálogo há muito tempo chega ao público adulto brasileiro: vinte narrativas em imagens e versos criadas nas décadas de 1860/1870 pelo clássico alemão Wilhelm Busch, precursor das histórias em quadrinhos, e traduzidas pelo poeta Guilherme de Almeida nos anos 1940 se tornam novamente acessíveis numa edição bilíngue, comentada e acrescida de manuscritos de tradução. Os virtuosos desenhos do artista, impressos em preto e branco, como em suas primeiras reproduções xilográficas para semanários humorísticos de Munique, dialogam com poemas reveladores de grande domínio da arte versificatória, tanto no original alemão quanto na recriação em português, gerando um elaborado jogo de assimetrias entre palavras e imagem.
LIVRO — a revista – é uma publicação do Núcleo de Estudos do Livro e da Edição (NELE), da Universidade de São Paulo. Nasceu do esforço coletivo de professores, pesquisadores e profissionais no sentido de materializar um fórum aberto à reflexão, ao debate e à difusão de pesquisas que tem na palavra impressa seu objeto principal. Talvez seja por esse motivo que LIVRO já demonstre desde o número de estreia a pretensão de cobrir, por meio de suas matérias, todo o “ciclo de vida da comunicação impressa”, para utilizarmos um termo caro ao historiador Robert Darnton.
Também a temática da leitura perpassa toda a revista sob roupagens diversas. Encontra-se no belo artigo de Jerusa Pires Ferreira, “Leitura de Presença e de Ausência”, em que o ato mesmo de ler ganha novos sentidos, contornos e gestos; na seção Almanaque do Livro, o bibliófilo e leitor Claudio Giordano revela mais do que meras curiosidades bibliográficas; em Acervo, seção aberta com o artigo de Walnice Nogueira Galvão, sobre as origens de uma biblioteca comunitária em São José do Paiaiá;. e ainda nas intervenções e bricolagens do artista Hélio Cabral, que torna o livro objeto e expressão artística, como o leitor poderá conferir ao folhear toda a revista.
Este número apresenta o Dossiê Paris-Bucareste: recolha sumária porém significativa das contribuições de pesquisadores europeus e brasileiros que participaram de colóquios sobre o livro nas duas capitais, em setembro de 2010.
Assim, o projeto da revista LIVRO se delineia diante de uma série de desafios.
Mas podemos afirmar que o objetivo maior de LIVRO reside na valorização do suporte impresso diante das mudanças a que temos assistido no campo da produção editorial. Como bem demonstra o ensaio “O Futuro do Livro Impresso e as Editoras”, o advento do texto digital abriu novas possibilidades às velhas formas de transmissão da linguagem escrita e de conservação de seu registro, reforçando, contudo, a natureza mesma do livro impresso.
LIVRO se rende, enfim, à múltiplas investigações em torno deste objeto múltiplo, agregador de tantas formas de expressão artística e crítica. Donde a pretensão de reunir em suas páginas variegadas contribuições. Dos frutos originados na academia às reflexões daqueles profissionais que vivenciaram ou vivenciam cotidianamente a experiência editorial. Promover a pesquisa, agregar profissionais, provocar o espírito crítico. Eis, em poucas palavras, a razão de sua existência.
A Revista Livro celebra seus dez anos de existência com um novo número duplo. Celebrar dez números não é tarefa simples, sobretudo nos tempos em que as revistas acadêmicas agitam suas palavras nas telas dos computadores, dos celulares ou dos leitores eletrônicos, sustentadas por tabelas de números e cifras que guardam pouca relação com seus autores e leitores de carne e osso. Sustentar por uma década uma revista impressa, movida pela paixão do ofício do editor e pela crença no livro como alimento da alma, é tarefa para os sonhadores.
LIVRO 7/8 vem a lume em edição dupla. Como se das cinzas renascesse, suas páginas rompem um silêncio prolongado diante da estupefação que as ondas fascistizantes dos novos tempos provocaram. Uma pausa, sem dúvida, necessária, para repensar seu papel como propagadora da cultura impressa, em uma conjuntura de revoluções e mudanças de paradigmas nos sistemas de comunicação, mas também de destruição e descaso das instituições do livro e da cultura. Pensemos no incêndio que consumiu as riquezas do Museu Nacional, outrossim, nas edições depredadas da biblioteca da Universidade de Brasília.
Mas a LIVRO não pode se calar. Tanto quanto as bibliotecas, os arquivos e os museus, ou, para retomar a ideia de nosso dossiê temático, dos museus contidos nas bibliotecas, nossa REVISTA busca captar as pulsões políticas, as tensões econômicas e os estímulos culturais sentidos por seus principais agentes, no Brasil e no mundo. No momento em que as funções de museus e bibliotecas, na verdade, da educação e da cultura como um todo, são alvos de questionamentos, faz-se necessário refletir e reafirmar, por meio de projetos e vivências concretas, a importância fundamental dessas instituições na vida de uma nação.
Livro – a Revista é uma publicação do NELE (Núcleo de Estudos do Livro e da Edição), da USP, juntamente com a Ateliê Editorial. É um fórum aberto à reflexão, ao debate e à difusão de pesquisas que tem na palavra impressa seu objeto principal.
Entre os destaques do n. 06, encontraremos uma história dos catálogos de bibliotecas, desde a antiguidade até hoje; as memórias e andanças por livrarias de Donaldo Schuler, tradutor premiado de James Joyce; e uma recolha dos artigos de Pagu sobre a importância de se “manter e se cultivar o gosto das leituras”. Um dossiê especial se volta para as múltiplas e às vezes complicadas relações entre Edição e Política. Mas a ocasião se torna ainda mais especial, pois a artista plástica Maria Bonomi preparou para ilustrar a Revista Livro n. 6 gravuras inéditas a partir de imagens de bibliotecas.
(uma do artista plástico, Marcelo Cipis [rosa] e outra de Ciro [azul]).
Mande qual a sua escolha por email (vendas@atelie.com.br).
Obrigada
LIVRO n. 3 — Revista do Núcleo de Estudos do Livro e da Edição/USP – celebra mais um volume. Mantém-se fiel à vertente de estudos sobre o livro e a leitura no Brasil e no mundo. Projeta seu nome no circuito internacional do periodismo científico destinado a apontar tendências, revelar autores, promover debates, tornando-se, nesse sentido, protagonista das mutações e dos desenvolvimentos observados nesse campo de pesquisa nos últimos anos.
Escusado dizer, mas nunca demasiado lembrar, que LIVRO reproduz o espírito de vanguarda das revistas que fixaram seu nome na tradição cultural brasileira. Embora se insira em um núcleo fundado e reconhecido institucionalmente – trata-se, afinal, de uma publicação realizada sob a chancela da Universidade de São Paulo – seu programa se destina a editar autores e artistas cujas motivações surjam no universo livresco. Donde as infinitas possibilidades de leitura abertas por LIVRO. Do texto acadêmico, com sua forma alentada, suas referências numerosas e não raro uma linguagem densa, ao ensaio livre, despojado e aberto às múltiplas interpretações.
LIVRO n. 4 — a revista – é o primeiro fruto do Núcleo de Estudos do Livro e da Edição (NELE). Resulta, portanto do esforço coletivo de professores e pesquisadores de diversos campos do conhecimento no sentido de materializar um fórum aberto à reflexão, ao debate e à difusão de pesquisas que têm na palavra impressa seu objeto principal.
A memória do livro persiste e se sobrepõe à sua própria materialidade. Nas fotografias de Patricia Osses, a artista que ilustra este número, o livro está em todas as partes, até quando se faz ausente. A questão primordial que move Livro n. 4 reside no fato de um objeto por vezes minúsculo, quase imperceptível – ou com proporções monumentais, pouco importa – concentrar temáticas, abordagens, perspectivas, leituras, arquivos, debates e uma produção ficcional que se renova ad infinitum.
Livro n. 5 é a continuidade do projeto do Núcleo de Estudos do Livro e da Edição (NELE), que dessa maneira atinge a sua maioridade. Resulta do esforço coletivo de professores e pesquisadores de diversos campos do conhecimento no sentido de materializar um fórum aberto à reflexão, ao debate e à difusão de pesquisas que têm na palavra impressa seu objeto principal. Nesse número 5, o conteúdo não se alterou, pois o livro segue como protagonista em nossa publicação. Os editores seguem incontinenti na certeza de que a revista Livro guarda um projeto maior, a saber, preservar a memória do livro como guardião da humanidade.
Editores: Plinio Martins Filho e Marisa Midori Deaecto
Esse clássico da literatura brasileira acaba de receber uma edição para colecionadores. A tiragem é limitada e numerada. Gustavo Piqueira, da Casa Rex, um dos mais premiados designers gráficos do País, é o responsável pelo projeto gráfico e ilustrações da edição. Piqueira, conhecido por testar os limites do livro impresso, chegou ao formato “dobra-desdobra”, que permite uma leitura tanto “bem comportada”, quanto “uma espécie de pavão escandaloso de papel”, como ele mesmo define, mutabilidade que tem relação com a própria natureza da obra de Mário de Andrade. São 16 ilustrações impressas em serigrafia e coladas manualmente no livro. O texto da presente edição foi estabelecido pelo Prof. José de Paula Ramos Jr., tomando como base o da última edição em vida do autor (Martins, 1944), mas confrontado com o da segunda (José Olympio, 1937) e beneficiado pelas sistemáticas consultas aos textos da referida edição crítica (ALLCA XX, 1997) e da fidedigna (Agir, 2007). O texto aqui apresentado, no entanto, caracteriza-se, principalmente, pela atualização ortográfica, conforme o Acordo de 1990.
A obra ganha, com esta edição especial, uma leitura que transcende a mera ilustração, para constituir-se em experiência estética de um livro em que a literatura, as artes plásticas e as artes editoriais se interpenetram.
Projeto Gráfico e Ilustrações: Gustavo Piqueira (Casa Rex)
Massao Ohno foi um dos maiores editores do país, deixando sua ideia e marca que influenciou o mercado editorial independente. Este imenso trabalho gráfico pode ser acompanhado no livro Massao Ohno, Editor (Ateliê Editorial), escrito e organizado pelo crítico e professor José Armando Pereira da Silva, e projeto gráfico de Gustavo Piqueira e Samia Jacintho. O objetivo inicial da obra foi o levantamento da produção editorial de Massao Ohno – morto em 2010 -, apresentada cronologicamente, e que pode servir de referência para outras abordagens de sua carreira. Houve também o propósito de conferir a colaboração dos artistas, seus parceiros no desenho de capas e ilustrações. Acompanham a reprodução colorida das capas, apontamentos históricos, biográficos e depoimentos, relacionados aos autores e às obras. Deste rastreamento são reproduzidas capas de 174 obras, que permitem observar como se deu e se firmou sua marca. Mesmo sem acesso a toda sua produção, são destacadas algumas preferências de Massao e a primeira fase da editora, de 1960 a 1964. Nesse período culturalmente intenso, não só os novos poetas tiveram nele um veiculador sensível e comprometido em dar identidade a seus projetos. Poetas conhecidas, como Hilda Hilst, Renata Pallottini, Jorge Mautner, Eunice Arruda e Lupe Cotrim Garaude, receberam dele atenção especial. Cuidou também de outros gêneros, editando de obras teatrais, clássicos orientais e se tornando o maior divulgador do gênero haicai. Além disso, Massao Ohno mudou a trajetória da poesia nacional ao lançar a Coleção Novíssimos, na década de 1960, em que incluía, entre outros, Roberto Piva e Claudio Willer.
Massao Ohno, Editor é uma obra importante que dá luz e forma a um dos mais importantes editores do Brasil, assim como fornece o estudo sobre a linguagem, editoração e o trabalho gráfico que transformou o mercado editorial e que não pode ser esquecido.
Projeto Gráfico: Gustavo Piqueira e Samia Jacintho / Casa Rex
Paratextos Editoriais é agora relançado, com texto revisado e atualizado conforme a Nova Ortografia.
Gérard Genette faz neste livro um longo ensaio sobre o paratexto do texto literário: apresentação editorial, nome do autor, títulos, dedicatórias, epígrafes, prefácios, notas, entrevistas e debates sobre o livro, entre outros. Esse aparato, muitas vezes visível demais para ser percebido, pode atuar sem que seu destinatário o saiba. Genette procura, portanto, estimular o leitor a examinar mais de perto aquilo que, às escondidas e com tanta frequência, regula nossas leituras.
Produção Gráfica para Designers é um guia essencial para designers gráficos de todos os níveis de experiência, focado na pré-impressão e em como preparar arquivos destinados à impressão nos principais softwares gráficos do mercado. Ele explica como tratar imagens, ajustar trapping e fazer a mistura das cores que serão impressas do jeito que você espera. Abrange digitalização e resolução e dá dicas técnicas para garantir a qualidade de impressão de cada imagem. Há também uma lista de verificação que pode ser usada na hora de enviar um trabalho para a gráfica e um glossário muito útil.
Tradução: Alexandre Cleaver
Revisão Técnica: Thiago Cesar Teixeira Justo e Luciano Guimarães.
São Paulo – Trânsitos apresenta a maior metrópole brasileira por um prisma diferente, porque fala com sensibilidade dos que passam, dos que ficam e dos que são ultrapassados. Assim, a Pauliceia frenética, massacrante e impessoal é recriada de uma perspectiva mais humana. Com apresentação de Carlos Moraes, as ilustrações e os textos do artista gráfico e designer italiano Vincenzo Scarpellini dão alguma cor ao cotidiano cinza da cidade.
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