Gérard de Nerval

Gérard de Nerval (pseudônimo de Gérard Labrunie) (1808-1855) foi escritor francês do século XIX. Entre 1824 e 1827 compõe poesias e sátiras políticas. Em 1827, traduz para o francês o Fausto de Goethe, que é adaptado musicalmente por Berlioz em 1829 (Oito Cenas de Fausto). Em 1831 começa a frequentar o Petit Cénacle, círculo de artistas boêmios, escreve peças de teatro e adota o pseudônimo de Gérard de Nerval, inspirado no nome da propriedade familiar em Mortefontaine que herda mais tarde, em 1834, juntamente com 30000 francos, que aproveita para viajar pelo sul de França e pela Itália. Em 1841 tem um primeiro episódio de psicose em fevereiro e é internado na clínica de Mme Sainte-Colombe. Seguem-se várias internações seguidas de reabilitações e depois de novas recaídas. Entre as alucinações, escreve alguns sonetos das Chimères (incluindo parte de Antéros e Le Christ aux Oliviers). Entre 1843 e 1851 publica várias poesias, novelas e libretos e efetua várias viagens. El Desdichado é publicado no Le Mousquetaire, juntamente com um artigo de Alexandre Dumas revelando a loucura de Nerval. Octavie é também publicado no Le Mousquetaire. Na noite de 25 a 26 de janeiro de 1855 Nerval é encontrado enforcado numa rua escura e gelada de Paris, com os últimos capítulos de Aurélia no bolso.

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    Gérard de Nerval: Cinquenta Poemas

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    Gérard de Nerval, ao lado de Poe e Baudelaire, é uma das mais estranhas culminâncias da civilização europeia que chega à metade do século XIX. Nos seus poemas, dá-se a um só tempo o esgotamento das formas clássicas, sua constrição e expansão máximas no empenho de expressar arquétipos e mitos essenciais à visão de mundo do seu criador, como o divórcio (ou a viuvez) maior entre os resultados estéticos ou técnicos alcançados e a situação existencial, humana, contingente do poeta. Aquela atinge o ápice de uma glória quase sobrenatural e, desse modo, extravagante, burlesca; este mergulha no inferno depressivo, na tragédia voluntária e inelutável. Mas, ao contrário dos outros dois irmãos gigantes assinalados, que contribuíram ativamente para mudar o rumo da literatura ocidental, imprimindo-lhe a riqueza de um realismo já crítico e fantástico, Nerval se fecha sobre si mesmo, é solitário por excelência, sequer parece considerar tanto a sua contemporaneidade quanto a sua posteridade, e mal se recordaria se não tivesse surgido em terra e língua fecundas, abertas à experiência nova, ao trato original da criação estética.