Na sua primeira edição (2011), esse livro recebeu o título de Uma Arqueologia da Memória Social. Agora reeditado em 2018, todo revisado, vem com o novo título Moleque de Fábrica – Uma Arqueologia da Memória Social.
O autor nos apresenta uma trajetória pessoal de adversidades e superações, expondo o Brasil pela margem de dentro de seus dilemas, dias de blecaute e racionamento da Segunda Guerra Mundial, a morte de Getúlio Vargas, a greve dos 400 mil, em 1957, a violência doméstica resultante do embate entre a ordem rústica que se desagregava e o urbano anômico que se impunha. Com seu olhar microscópico e cotidiano, José de Souza Martins conta sua infância e adolescência, na roça e na fábrica, traçando o retrato de uma era decisiva no advento da modernidade no Brasil: a era Vargas. Sua história é um convite à iniciação nas ciências humanas. Um jeito diferente de conhecer o que elas têm a dizer sobre o homem comum sem desconhecer-lhe o imaginário que dá sentido às incertezas do viver sem rumo.
Ilustrada por Laerte, esta coletânea reúne reportagens de Zé Grandão, personagem que Alencar criou para revelar curiosidades sobre as redações jornalísticas. Já publicadas na imprensa diária, são histórias pessoais e profissionais pontilhadas de detalhes picarescos e figuras notáveis. José Roberto Alencar começou a atuar na imprensa em 1972. Já passou por diversas redações, dentre as quais as de Opinião, Movimento, Realidade, Senhor, Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e Jornal do Brasil.
Ilustrada por Laerte, esta coletânea reúne reportagens de Zé Grandão, personagem que Alencar criou para revelar curiosidades sobre as redações jornalísticas. Já publicadas na imprensa diária, são histórias pessoais e profissionais pontilhadas de detalhes picarescos e figuras notáveis. José Roberto Alencar começou a atuar na imprensa em 1972. Já passou por diversas redações, dentre as quais as de Opinião, Movimento, Realidade, Senhor, Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e Jornal do Brasil.
A morte de Euclides da Cunha foi um fato marcante do início do século XX. O então cadete Dilermano de Assis, com quem o escritor trocou tiros, casou-se com Ana, viúva de Euclides. Dirce Cavalcanti é a filha que o general Dilermano teve depois de se separar de Ana. Pelos olhos de criança e depois adolescente, seguimos a dolorosa tomada de consciência de ser “a filha do assassino”. No decorrer do depoimento, acompanhamos como ela perdeu e recuperou a estima pelo pai, protagonista da tragédia.
Mario Pedrosa (1900-1981) chegou à política pela arte e ao longo de sua vida jamais se separou de ambas. Mas até hoje, no entanto, Pedrosa é mais reconhecido e estudado pela sua trajetória como crítico de arte que pela sua contribuição à política brasileira. Esta, em seus perfis e biografias, fica restrita a algumas frases e poucos parágrafos que não vão além de caracterizá-lo como o introdutor das ideias de Leon Trotsky no Brasil, o fundador do jornal Vanguarda Socialista e o filiado número 1 do Partido dos Trabalhadores.
No entanto, ao longo de praticamente seis décadas, desde a sua aproximação com a política, desde a virada dos anos 1910 para os anos 1920 até seu falecimento, a política e o socialismo, a rigor, ocuparam mais tempo e energia em sua vida do que a crítica de arte. Para sanar esta lacuna na história política do Brasil, o historiador Dainis Karepovs presta uma importante contribuição ao debate das ideias pelas quais Pedrosa se bateu ao longo de sua vida.
A Ateliê Editorial e a Fundação Perseu Abramo, estimando a importância dessa questão e a importância de Mario Pedrosa para o Brasil, dão a público esta relevante contribuição para a discussão das ideias desse notável pensador brasileiro.
Durante o regime militar brasileiro, Leon Hirszman foi um dos principais nomes para a consolidação da resistência cultural. Em busca de um cinema que dialogasse com amplo público, o realizador dirigiu filmes que desnudaram as contradições existentes na ditadura. Que País é Este?, ABC da Greve e Eles Não Usam Black-Tie, obras produzidas entre 1976 e 1981, evidenciam a força de um cineasta que, sem abrir mão do apuro estético, investiu na defesa de um frentismo político em prol da redemocratização do país. Nas páginas deste livro, Hirszman emerge como artista próximo às heranças do Teatro de Arena, como realizador filiado ao comunismo e que procurou a atualização constante de suas práticas de engajamento. Concentrando-se na década de 1970 e no início dos anos 1980, Reinaldo Cardenuto situa Hirszman em relação às questões do período, a exemplo do novo sindicalismo, apresentando o percurso de um artista que encontrou na classe popular a essência de sua criação. Entrar em contato com os filmes do cineasta é perceber que a resistência cultural, em sua pluralidade, possui uma história a ser conhecida no tempo presente.
Capa: Gustavo Piqueira/Casa Rex (Projeto Gráfico) – Francisco Magaldi (Foto)
Quase Tudo é o esforço de uma banda em juntar caminhos. Reunir a dispersão que se tornou a música e a comunicação na internet em um novo pacote, uma nova proposta. Misturar rock, ficção, memória e reality show por escrito. A espinha dorsal são as 15 músicas do projeto Quase, lançado em etapas na internet e encartado em CD junto com o livro, que as expandiu em acordes, notas pessoais, imagens, emails furiosos entre os integrantes e dois contos inéditos.
Quase Tudo é o esforço de uma banda em juntar caminhos. Reunir a dispersão que se tornou a música e a comunicação na internet em um novo pacote, uma nova proposta. Misturar rock, ficção, memória e reality show por escrito. A espinha dorsal são as 15 músicas do projeto Quase, lançado em etapas na internet e encartado em CD junto com o livro, que as expandiu em acordes, notas pessoais, imagens, emails furiosos entre os integrantes e dois contos inéditos.
René Thiollier compõe, com Mário e Oswald de Andrade, a seletíssima trinca que esteve presente nos dois mais emblemáticos eventos de nosso Modernismo: a Semana de Arte Moderna de 1922 e a Viagem a Minas em 1924. Neste estudo, intenta-se apreciar sua obra literária a partir do exame dos suportes de publicação, dos paratextos e da configuração das instâncias narrativas de seus principais livros. Há em Senhor Dom Torres, de 1921, traços que anunciem os experimentos estéticos que despontarão nos anos subsequentes à Semana? As conquistas modernistas têm lugar em A Louca do Juqueri, de 1938, e em Folheando a Vida, folhetim cuja publicação atravessa os anos 1940? Analisar parte das numerosas referências a escritores de língua francesa – indubitável reflexo do vigor das relações literárias Brasil-França na primeira metade do século XX – naqueles títulos é, igualmente, um dos propósitos deste trabalho.
Em 1930, Ishikawa se inscreveu no programa de imigração para o Brasil. Fez um acordo com a revista em que trabalhava e comprometeu-se a produzir artigos sobre a viagem. Chocado com a miséria dos imigrantes, decidiu escrever um romance. O cotidiano dos japoneses pobres foi pouco explorado pela literatura – mais interessada na vida da classe média urbana. Sobô descreve a longa viagem até o Brasil, a chegada ao porto de Santos e a distribuição dos trabalhadores pelas fazendas de café.
Tradução: Maria F. Tomimatsu, Monica Okamoto, Takao Namekata
Ecléa Bosi, professora da USP, fez caminhos teóricos inovadores para tratar de memória, preconceito, conformismo e rebeldia. A autora tornou atuais as ideias de pensadores como Bergson, Benjamin, Gandhi e Simone Weil, e convida, aqui, o leitor a dialogar sobre o que a memória recupera, redime e inspira. Dentro dessa perspectiva, os clássicos ajudam a compreender o cotidiano das metrópoles de hoje, com suas contradições entre lembrança e esquecimento.
Reunindo 22 ensaios – sobre a canção brasileira, os cancionistas e assuntos correlatos -, um “memorial” – com lembranças, comentários (desde a infância e a adolescência, nas décadas de 1950 e 1960, passando pelos tempos da vanguarda paulista, com o grupo Rumo, até os dias de hoje, divididos entre a atividade musical e universitária) e reflexões teóricas (incluindo trechos esclarecedores sobre sua influente teoria da canção popular) e uma grande entrevista, por um elenco de interlocutores espalhados mundo afora – de São Paulo a Lisboa, de Buenos Aires ao Rio de Janeiro, de Recife e Belo Horizonte à Flórida e à Holanda – este livro é um marco na carreira de um dos maiores nomes da música de São Paulo, que chega ao meio da vida com a consciência de quem já esteve no centro de tanta coisa e segue lucidamente inteiro no rodopio.
“Celebramos os 80 anos de Ubiratan Machado e ao mesmo tempo homenageamos toda uma vida dedicada à preservação da história literária, dos livros e de tudo o que gira em torno desse universo…” [Felipe Rissato]
“A história do livro, das edições e das livrarias muito devem a esse carioca da Tijuca, escafandrista boa praça e conhecido pelas longas madeixas, hoje já prateadas…” [Gabriel Kwak]
“A obra de Ubiratan Machado constitui uma extraordinária contribuição ao cultivo do livro”. [José Pastore]
“[…] Ubiratan foi produzindo as obras arroladas na sua bibliografia (e as que estão no prelo e em gestação) que, independentemente dos prêmios que lhe reconhecem os méritos, o consagram como pesquisador e estudioso de nossa história lítero-cultural e editorial”. [Cláudio Giordano]
Edson Nery da Fonseca é professor emérito da UnB. Às vésperas de completar oitenta e cinco anos, decidiu reviver em prosa sua trajetória. Na primeira parte, “”Memórias””, Fonseca esclarece os porquês da própria vida. A época do exército, a ida à Brasília, a pesquisa sobre Gilberto Freyre, o período em Guiné-Bissau e o retorno a Olinda são alguns deles. Na segunda parte, “”Evocações””, o autor rememora pessoas queridas. Pelas páginas do livro, caminham com o autor figuras essenciais de nossa história.
Este é o relato de uma viagem realizada em 1975 pelo rio São Francisco. A autora, então colaboradora em programas culturais do governo federal, preparava uma exposição sobre carrancas e a vida ribeirinha. O que ela encontrou no caminho foram tocantes histórias de vida, transcritas num diário cheio de poesia. Em paralelo a essa narrativa com personagens de um universo estranho, há uma viagem interior também surpreendente. Nesse encontro de mundos, o rio torna-se metáfora de algo maior.
Viagem ao Egito, Jordânia e Israel é um fragmento dos diários de Pedro Nava. Abrange as anotações que ele fez em sua viagem ao Oriente Médio, em 1958. De modo metódico e atento, o médico mineiro descreveu tudo que via e procurou dar cores locais ao relato, num tom quase jornalístico. Esse trecho está contido no Caderno 2, que acolhe registros feitos entre janeiro de 1955 e abril de 1958. Atualmente, esse material faz parte do acervo da Casa de Rui Barbosa, no Rio de Janeiro.
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